segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Nas nuvens...



Depois de um tempo afastada, resolvi a voltar a escrever. Cheguei a conclusão que não é só quem canta que seus males espata. Escrever faz bem a alma. 
Pode parecer um tanto idiota para alguns, já que atualmente os brasileiros viajam mais de avião do que de ônibus, mas gostaria de compartilhar a minha primeira experiência com esse meio de locomoção.
Isso mesmo, nunca havia pisado num avião.
Na verdade não fiquei nem um pouco ansiosa, só caiu à ficha quando lá estava eu, sentadinha, tentando aparentar que aquilo tudo era absolutamente normal e que eu sabia exatamente o que estava fazendo.
Voltando ao começo e não pulando nenhuma parte. Quando entrei no Aeroporto Salgado Filho me sentia completamente perdida. E agora, em que fila eu devo entrar? Bom, sem sombra de dúvidas o meu lugar era na única que fila que estava quilométrica. Faz parte!!!! Até que não demorou tanto assim para estar com a minha passagem em mãos. As pessoas também não ajudam muito. Na boa, não é legal ouvir o pessoal do lado fazendo divisão dos bens , caso não voltem mais. Isso era a última coisa que eu queria escutar no momento.
Segunda parte, achar onde estão os benditos portões de embarque. Pessoas, eu nunca viajei de avião esqueceram?
Tenho que agradecer ao pessoal da segurança, no raio X me fizeram tirar até os meus sapatos, tudo por causa da fivelinha de metal. Sabemos que esse procedimento é necessário, eu com essa carinha de anjo poderia estar muito bem escondendo uma arma nos meus pés.
Meu portão era o três, aliás, eu olhava mil vezes a minha passagem para ver horário, portão, poltrona e destino. Nossa, é péssimo se sentir insegura. Era um medo de entrar no avião errado ou então estar na sala de espera errada. Já havia olhado mil e uma vezes o portão e lido e relido no painel que era naquele portão que saia o vôo com destino a Congonhas. Mas isso tudo não bastou, lá fui eu pedir para a moça que fazia as chamadas para os vôos. É, eu estava no lugar certo e em questão de minutos estariam chamando para o tão esperado embarque.

E lá estava eu sentadinha, me esforçando para parecer uma expert em voos. Minhas mãos soavam e eu não via a hora daquilo tudo terminar, mas nem havia começado. Apertei tanto o cinto que cheguei a me sentir mal, sabem como é né. Eu me sentia muito desconfortável, tensa para falar bem a verdade. Quando fecharam a porta tive a sensação que eu estava trancada numa caixinha de fósforos. Começou a me dar um pânico, pois estava muito abafado e as poltronas uma pertinho da outra, dava a impressão que aquilo tudo estava me sufocando. Procurei não pensar nisso e sabe que resolveu. Quando o comandante anunciou: “Tripulação decolagem autorizada”. Fiz o sinal da cruz e agarrei a minha bolsa como tanta força, que parecia que eu estava no Morro da Cruz , em plena madrugada.
Ah, me certifiquei que meu celular estava desligado, pois se o avião caisse não seria culpa do MEU aparelho celular (é claro que isso me passou pela cabeça).
Recomendo essa adrenalina a todos. Esse friozinho na barriga é uma delícia. Bom, achei que o próximo momento de alarme seria só na aterrissagem, mas me enganei completamente. Gente, eu juro o avião começou a fazer uns barulhos muito estranhos. Comecei a olhar ao meu redor rezando para que isso seja normal e não seja coisa da  minha cabeça. É, só eu estava com cara de assustada, então era normal. Quando eu já estava quase relaxando o avião passou por uma turbulência forte e só passou uma coisa pela minha cabeça: “Ai Meu Deus! Esse avião vai cair”. Passaram tantas coisas pela minha cabeça que vocês nem conseguiriam imaginar. É estranho não estar com os nossos pés no chão, nos sentimos totalmente fora do controle da situação. Para ser sincera, não conseguia me sentir a vontade naquelas poltronas desconfortáveis e apertadas. Podem me chamar de ignorante, mas eu prefiro as poltronas do bom e velho busão.
Pulando essa parte, não tenho do que reclamar. É incrível, mas em questão de mais ou menos uma hora  e 30 minutos atravessei dois estados e cheguei em São Paulo. Se não fosse o nervosismo da marinheira de primeira viagem (que fazia com que esse avião não chegasse nunca), diria que tudo aconteceu num piscar de olhos.
 “Tripulação, aterrissagem  autorizada”, disse o comandante. Ufa, finalmente chegamos, mas só um momento. Onde será que eu pego a minha mala?? Só de lembrar das minhas dúvidas banais sinto vontade de rir sem parar. Bom, decidi que a melhor maneira de descobrir o paradeiro da minha bagagem seria seguir os de mais passageiros.Só para lembrar, até o momento eu não conhecia um aeroporto e nem como as coisas funcionavam. O meu infalível plano deu certo e me deparei com uma esteira e no painel estava escrito o numero do meu vôo, origem e destino.
Para completar fizeram três viagens para trazer todas as malas e adivinhem se a minha não veio na terceira?
Nunca pensei que eu tivesse tanta criatividade, pois a minha cabeça já estava pensando no que fazer caso a minha mala não aparecesse.
Por isso que eu digo....

A PRIMEIRA VEZ A GENTE NÃO ESQUECE!!!